quinta-feira, 25 de novembro de 2010

DO CACAU AO CHOCOLATE


Paixão mundial sem dúvida nenhuma (quem não gosta de chocolate é ruim da cabeça ou doente do pé! Bem não deve ser do pé que a pessoa é doente, mas tudo bem!), ainda hoje o chocolate é artigo de luxo. Sim Luxo, pois o bom e refinado chocolate ainda é inacessível para a maioria das pessoas. O que vemos na maioria das prateleiras são misturas baratas e grosseiras de açúcar com manteiga de cacau. Mas em caso de dúvida saibam que o divino chocolate é derivado do caroço do cacau. As sementes são secas, limpas e prensadas. Mas do fruto do cacaueiro de tudo se aproveita, da polpa rende belos sucos, da casca biogás, biofertilizante e ração para animais. Com a polpa de cacau pode se fazer ainda geléias, destilados finos, fermentados - a exemplo do vinho e do vinagre - e xaropes para confeito, além de néctares, sorvetes, doces e uso para yogurts.


 Remonta de 1500 a.C. na América Latina, os aztecas , maias  e toltecas o usavam como moeda e diziam que era o alimentos dos deuses. Levado para a Europa pelos espanhoís, e depois o restante da história todo mundo conhece... Da mesma maneira que a uva, o café, o óleo de oliva, o cacau possui denominação de origem - terroir. Basicamente, os cacaueiros descendem de exemplares de duas matrizes pertencentes à espécies Theobroma cacao. O forastero,cultivado desde a chegada dos exploradores espanhóis e portugueses à Bacia Amazônica e ao Equador, é responsável por cerca de 80% produção mundial de cacau.

No Caribe:
Santo Domingo - sabor intenso e rico, com notas de frutas.
Grenade - aqui a variedade criollo cultivada. Representa menos de 0,1%, sabor sutil e refinado.
Jamaica - cravo e especiarias.

Na África:
São Tomé - sabor de flores e ervas.
Tanzânia - é um chocolate raro, muito aromático, com um toque útil de baunilha.
Madagascar - notas cítricas.

Na Ásia:
Java - muito nobre, com nuances de caramelo.
Papua - mescla do criollo e do forastero, notas de especiarias e aromas ricos.

Na América do Sul:
Brasil - frutas vermelhas, madeira, cajá e pitanga.

O Brasil produz cerca de 70% do cacau do mundo, mas, pasme, atualmente, não conseguimos encontrar cacau orgânico para consumo porque tudo vai para o exterior, garantindo, assim, a saúde e a qualidade de vida de alguém no além-mar. O nosso melhor cacau está em algum achocolatado italiano, inglês, francês, suíço, espanhol…, em algum biscoito que importamos por preço exorbitante e achamos lindo na embalagem branquinha com listas azuis. Parece que pouco mudou desde a chegada dos espanhóis e portugueses. Acho que temos talento para colônia mesmo.

2 comentários:

  1. Incrível como finalmente temos nosso cacau de origem, nosso terroir.
    Chama-se MACAE e pertence... Adivinhou, a francesa Valrhona.
    Custa R$ 100,00 o kilo nas revendas da marca.

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  2. Comentário relevante, agradecemos a participação! Como sempre o "ouro" nunca fica para nós!
    Um abraço!

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