sexta-feira, 23 de outubro de 2009

ALIMENTAÇÃO NO BRASIL










     Os nativos se instalaram nas costas do Brasil por volta do ano 1000. O êxodo do interior ao litoral foi motivado por questões religiosas, procuravam uma "Terra sem Males". No percurso, eles enriqueceram seus hábitos alimentares, comiam por imitação dos animais, nutrindo-se de insetos, raízes e frutas. Adoravam pescados e frutos do mar: mexilhões, berbigões, ameijoas, camarões, lagostas, garoupa, tainha, de água doce: tambaqui, tucunaré, pintado. 

Apreciavam carne assada de animais de caça: anta, capivara, codorna,  perdiz e veado. Preciosidades escoltavam ou guarneciam com: milho, inhame, pinhão, aipim. Como sobremesa a grande variedade de frutas representava um deleite para os ameríndios: abacate, abacaxi, banana, butiá, goiaba, jabuticaba, mamão, maracujá, pitanga., caju....e mais uma infinidade de nomes. Com a polpa bem madura do caju, os nativos preparavam um a bebida chamada de mocororé. 

Há sinais de rituais de antropofagia na época do descobrimento, basicamente concentrados em três tribos: Rio Grande do Norte até a Paraíba, os potiguares (que significa "comedores de camarão"); Espírito Santosaté Rio de Janeiro, os goitacasses, ferozes caçadores de tubarões; e nos pampas do Rio Grande do Sul, passando pelo Uruguay e Argentina, os charruas. Antropofagia à parte, os nativos contribuíram saudavelmente para a evolução dos hábitos alimentares do país. Apreciavam a farinha, o mingau, costume que passaram para os colonizadores, além de serem fanáticos por mel que recolhiam da floresta. 

Os ameríndios não conheciam o sal marinho, mas produziam um condimento semelhante, e talvez mais saudável, uma espécie de sal de origem vegetal, engenhosamente extraído do aguapé (planta aquática conhecida também como baronesa, orelha-de-jegue, jacinto d´água, ou mirium) um filtro de lagoas e mangues. Ele é composto de 95% de água, rica em sais minerais, sem saberem, os nativos já produziam o cloreto de potássio. Posteriormente aprenderiam com os portugueses a construir salinas em lagunas à beira do mar. 

Com os colonizadores, aprenderam a domesticar animais como o bode, boi, cão, carneiro, e porco, trazidos da Europa. Também com os portugueses, que introduziram o alface, cana e manga. Na terra desvendada abundavam as palmeiras, mas não existiam coqueiros. No final do século XVI, junto com os negros africanos chegaram o dendê, o côco e o quiabo. Com Cabral que a portou na costa da Bahia, o sal, trigo, queijos, galinhas, ovelhas, especiarias (açafrão, açúcar, canela, cravo, gengibre, e o vinho).


E assim surge o começo do que virá a ser uma das gastronomias mais ricas e diversificadas do planeta. O Brasil com sua rica fauna e flora, hoje pode se vangloriar de ter posição respeitável no cenário mundial. Mas longe de ser comparar aos "Papas" da gastronomia (França, Espanha....).


Referência bibliográfica: LANCELLOTTI, Silvio - 500 anos de Gastronomia
Quadro de Aldemir Martins





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