segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

A FARINHA DE MANDIOCA





Eram 3 os tipos de farinha que os nativos conseguiam perpetrar com a mandioca. A carimã, crua muito fina, até hoje encontrável, por exemplo, nos rústicos moinhos indígenas do arquipélago que envolve Ilhabela, em São Paulo. A uy-tinga, levemente cozida em água e folhas, ótima para pirões. E a uy-atá, torrada, extremamente resistente às intempéries e ao passar do tempo-uma farinha de batalha, que os nativos carregavam, como farnel, em suas viagens mais belicosas.

Os nativos apreciavam tanto a mandioca que, em homenagem a ela desenvolveram uma lenda. Diz a mesma que apareceu grávida a filha do chefe de uma tribo instalada na região que hoje fica Santarém, no Pará. O cacique ofendido, exigiu que fosse revelado o nome do pai da criança. A filha jurou que nenhum homem, lhe fizera mal algum. Certa noite em sonho, um homem assegurou que a filha do chefe dissera a verdade e implorou que não sacrificasse a menina.

Impressionado o cacique poupou a criança que cresceu com o nome de Maní. Certo dia morreu subitamente, sem nenhum sintoma de doença ou coisa parecida. Sua mãe decidiu enterrá-la em sua própria oca - e como era e costume, passou a regar a sepultura. Surgiram então uma plantinha, que medrou e produziu frutos, que os pássaros comeram, até se embriagarem, felizes. Um dia na oca, a terra fendeu e surgiu uma raiz no formato de uma criança, para honrar o fenômeno, os nativos assaram e saborearam a raiz, que se transformou no seu alimento mais querido e mais dileto, a maní-oca ou mandioca.

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